Por Rodrigo Mattos: Quatro anos após a final da Copa-2014, o Maracanã se recupera do caos e tem um calendário cheio de cerca de 50 jogos previstos para o ano. A operação tem ocorrido com superávit operacional em 2017 e em 2018, segundo a concessionária pertencente à Odebrecht. Isso é possível principalmente pela volta do Flamengo ao Maracanã, no ano passado em jogos grandes e agora com mais frequência.
”Temos tido superávit operacional. Houve investimento em manutenção no estádio, para fechar os buracos da cobertura, melhoria no Maracãzinho, troca de bancos de reservas. E guardamos dinheiro provisionado para trocas de telão e som no futuro”, contou o presidente da concessionária Maracanã, Mauro Darzé. ”Há um déficit contábil se consideramos o valor da outorga ao governo. Mas, com isso, a conta não fecha.”
A outorga está sendo discutida em arbitragem e a Odebrecht não a está pagando ao governo do Estado – seriam R$ 7 milhões por ano. A alegação é de que o Estado descumpriu o contrato ao modifica-lo e retirar a possibilidade de exploração econômica dos espaços do Célio de Barros e do Parque Julio Delamare, ambos tombados. A previsão é de que uma decisão só saia a partir do final do ano, enquanto o governo estuda a nova licitação.
Neste meio tempo, a Odebrecht só espera a oficialização de um acordo com o Flamengo já negociado de quatro anos para ter atividade garantida no estádio até o momento que venha a ter de entregá-lo. O Conselho Deliberativo votará no dia 11 de junho.
Com o clube rubro-negro, o Maracanã tem exatos 48 jogos confirmados no calendário. ”Esse número deve ultrapassar 50 se Flamengo e Fluminense se classificarem na Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana”, lembrou Darzé. Houve ainda quatro grandes shows, além de eventos menores.
Com isso, a expectativa é de um aumento no público total que vai ao estádio neste ano. Em 2017, foram 1,4 milhão de pessoas, contando os tours. Permanece a questão, no entanto, do estádio ser bastante caro para a utilização dos clubes. Neste ponto, a concessionária defende que cobra para bancar a manutenção e que, com mais jogos como no acordo do Flamengo, é possível reduzir custos.
No total, o Maracanã tem um gasto em torno de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões com manutenção, contabilizado aí dinheiro que fica em caixa para novos itens como troca futura de telão. Além disso, há o custo operacional que só de luz varia entre R$ 100 mil e R$ 150 mil. Outros custos são de empresas de segurança, grades, orientadores, bares, etc. Nos jogos do Flamengo, chegam a R$ 450 mil, nos do Flu, são mais baixos.
Garantido o contrato com o Flamengo, a concessionária reiniciará a venda de camarotes cuja renda reverte em parte para o clube. Isso porque, com a indefinição do futuro do estádio, todos os contratos antigos foram cancelados. Outros contratos de publicidade para exploração em partes da arquibancada e de bebidas também estão ou serão negociados. Clubes levam uma parte da comercialização de bebidas e comidas. Em relação aos investimentos, a intenção é trocar alguns equipamentos de som e o gramado no fundo do campo, que também foi destruído pela abertura da Olimpíada.
A questão é quanto tempo vai durar a administração da Concessionária Maracanã. O processo de concessão foi marcado pela acusação de corrupção a membros do tribunal de contas do Estado em pagamentos feitos pela Odebrecht. Esse fato e a intenção da construtora de sair do negócio levaram o governo a anunciar nova licitação. Só que a imobilidade do governo de Luiz Fernando Pezão parou o processo. Certo é que, em termos de manutenção, o cenário melhorou, embora a indefinição ainda pese sobre o estádio.
Fonte: https://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2018/06/07/com-fla-maracana-se-recupera-e-tera-50-jogos-no-ano-operando-no-azul/
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