Presidente do Corinthians, Andrés volta a falar do Flamengo: 'Quando não vender jogador, vai ter dificuldade'



Apesar de ter elogiado e apontado méritos na trajetória do Flamengo do ano passado para cá, o presidente do Corinthians , Andrés Sanchez, atribuiu o sucesso do clube à negociação de jogadores, explicou porque não pegaria empréstimo como o rival deve fazer durante a quarentena pelo novo coronavírus e arriscou uma previsão sobre o futuro rubro-negro no futebol.


"Eu não pego [empréstimo, porque não tenho mais crédito, se não também pegava. [Essa quarentena] Vai ser difícil para todos os clubes. O que a gente tem que entender é que o Flamengo, no ano que não vender jogador, vai ter dificuldade. Todos os clubes são assim”, disse Andrés, em entrevista ao programa “Jogo Aberto”, da TV Band, nesta quarta-feira.

“Infelizmente, dependemos de venda de jogador. O Flamengo, nos últimos dois anos, vendeu quase R$ 450 milhões em jogador. Óbvio que vai estar em um patamar acima. Mas o ano que não vender, vai ter dificuldades”, acrescentou o dirigente corintiano.

Questionado se o caso do Cruzeiro , rebaixado para a Série B e vivendo um colapso financeiro desde então, deveria servir como alerta para os dirigentes do futebol, Andrés discordou. “Não pode ser parâmetro. Ali foi um saqueamento. Teve coisas muito piores”.


Quando o assunto voltou a ser Flamengo, com um integrante do programa perguntando porque o Corinthians não está no mesmo patamar do clube carioca, uma vez que rivaliza em receitas de TV e quantidade de torcedores, Andrés endureceu.

“Qual patamar que ele tá? Ganhou a Libertadores ano passado”, disse. “Calma! A gente já teve grandes times, o Flamengo já teve grandes times, depois ficou fraco, ficou forte. Isso não é questão de gestão, de nada. Daqui a seis meses o Flamengo tá com problema, dificuldade financeira e aí vocês vão falar que a gestão era boa ou ruim?”, acrescentou.

Diante da insistência no tema e com exemplos de grandes contratações feitas pelo rival, Andrés insistiu na venda de jogadores. O Flamengo negociou Lucas Paquetá com o Milan e a dupla Vinicius Jr e Reinier com o Real Madrid , faturando R$ 450 milhões de 2017 para cá.

“Corinthians e Flamengo sempre foram potências. Sempre foram os melhores do Brasil, em todos os sentidos. Esse ano o Flamengo tá um pouco melhor do que o ano passado porque vendeu mais de R$ 400 milhões em jogadores em um ano e meio e foi campeão da Libertadores, como nos fomos em 2012. Em 2012, o Corinthians era imbatível. Futebol é cíclico. Cada um tem seus momentos”, rebateu Andrés.


“Flamengo disputou quantos campeonatos no ano passado, Renata?”, questionou a apresentadora, Renata Fan, pouco depois.

Ao ouvir que o time carioca venceu Estadual, Libertadores e Brasileiro, o presidente respondeu: “Então, disputou cinco e ganhou três. É uma boa média. Esse ano vai disputar cinco e vamos ver quantos vai ganhar”.

Durante a participação no programa, Andrés também foi desafiado, em tom de brincadeira, a decidir entre a contratação de Jorge Jesus, do Flamengo, e Jorge Sampaoli, hoje no Atlético-MG .

“Nenhum”, disse, aos risos. “Nada contra eles. Só vai engrandecer o futebol, mas sou meio contra contratar estrangeiro. Talvez seja trauma do [Daniel] Passarela [técnico do Corinthians, em 2005]. Talvez ainda contrataria um brasileiro. Mas, entre esses dois, contrataria o Jesus”.


Retorno das competições

O futebol brasileiro completou no início dessa semana um mês de paralisação por causa do novo coronavírus. Assim como muitas equipes da Série A, o Corinthians deu férias aos jogadores e vai negociar uma redução salarial com o elenco e os funcionários enquanto durar a quarentena.

Questionado sobre a dificuldade financeira atual, o cartola admitiu que se sente pressionado.

"O clube de futebol tem três receitas fortes. A Globo, que faz a televisão, o patrocínio e o ingresso. De vez em quando, venda de jogador. Se a Globo não pagar, o que acho que vai acontecer, todos clubes vão ter problema para quitar salário. Clube não é empresa que tem contas a receber. O Corinthians tem cinco patrocínios que já cancelaram, adiaram pagamento. Só vão voltar a pagar quando voltar o futebol. Então, não é administração, é questão que todo mundo vai passar essa dificuldade. Alguns já estão passando, outros só daqui um mês”, explicou.

Das receitas citadas, o mandatário alvinegro disse que a única que não está atrapalhando o fluxo do clube é a bilheteria obtida com a Arena Corinthians, onde todo o dinheiro vai para um fundo para o pagamento do financiamento do estádio.


“Corinthians não depende dessa receita [arrecadação na Arena]. Quem depende dessa receita é o fundo que tem de pagar a Arena. Já faz seis anos que o Corinthians não recebe dinheiro de renda. Os clubes que recebem vão ter muito mais dificuldade. É um dinheiro que vai fazer falta. Acredito que antes do final do ano ninguém volte com os portões abertos”, disse.

Andrés também mostrou-se favorável que as competições sejam retomadas quando for possível, com ajustes no calendário. Ele é contra o cancelamento de competições.

“Entendo que nós, clubes de futebol, temos de entregar tudo que vendemos. Vendemos Paulista, Copa do Brasil, Libertadores, Brasileiro, tudo. Mas, dependendo de quando voltar o futebol, talvez o Paulista fique em terceiro plano porque não tenha data. Então, vai ser complicado. Não pode demorar muito [para voltar]. Alguns falam em julho, outros em agosto. Quando for vamos entregar todos os campeonatos porque recebemos por isso”, disse.


Fonte: Espn

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