Após ano mágico, Landim diz que correu riscos: "Ninguém pode ficar à frente do Flamengo pensando pequeno"



O Flamengo embarcou nesta sexta-feira para Doha, no Catar, onde volta a disputar o Mundial de Clubes depois de 38 anos. Mas independentemente do que aconteça no último campeonato de 2019, o ano já foi mágico para o Rubro-Negro: campeão carioca, brasileiro e da Libertadores. Uma temporada dos sonhos, mas que só foi possível "arriscando", como contou o presidente Rodolfo Landim à "FlaTV" antes da viagem:


- O orçamento que nós recebemos para investir, de R$ 108 milhões e vender R$ 80 milhões de jogadores, se alguém acha que o Flamengo irá conseguir dar um salto para ser o melhor clube brasileiro e sul-americano como a gente queria com esse nível de investimento está errado. Ia continuar a ser um competidorzinho para chegar em terceiro, quarto, se muito chegar em segundo.

- A gente entende que tem o Flamengo na mão e poderia criar um círculo virtuoso, na medida que pudesse investir mais e teria retornos de patrocínio, sócio-torcedor, torcida... Para permitir pagar esse investimento - afirmou o dirigente, que completou:


- Tem risco embutido nesse processo? Claro que tem. Mas na minha vida empresarial eu sempre corri risco. Eu acho que as pessoas têm que correr riscos. Principalmente quando tem um tremendo de um ativo na mão que é o Flamengo e essa torcida apaixonada de 42 milhões. Ninguém pode ficar á frente do Flamengo pensando pequeno.

Obs: o Flamengo gastou em 2019 R$ 214 milhões entre aquisição de direitos federativos, luvas e empréstimos.



Foi uma longa entrevista dividida em duas partes. Na primeira (veja no vídeo acima), Landim falou sobre investimentos para 2020, a criação do conselho de futebol, a escolha por Jorge Jesus e criticou o segundo mandato da gestão Eduardo Bandeira de Mello:

- Os investimentos foram muito mal feitos na minha percepção, salvo algumas poucas exceções. O clube não conseguiu atingir resultados, os resultados esportivos foram de grande fracasso. Tivemos três anos, e mesmo com o clube com uma capacidade de investimento muito maior, o que conseguimos vencer foi um Campeonato Carioca. O que, vamos combinar, é muito pouco.


- Isso nos animou a voltar para o clube porque tínhamos feito um trabalho tão grande em três anos de recuperação, entregamos o clube em 2015 com uma situação tão boa de investimento, e a gente vê que tudo foi deixado de lado. Na nossa percepção, se a gente continuasse com esse mesmo grupo de gestão à frente do Flamengo isso iria continuar. Não iria modificar absolutamente nada. Porque as pessoas pensavam pequeno.

- A gente quer melhorar esse grupo para o próximo ano, mas serão investimentos muito menores e pontuais, uma vez que os principais investimentos para formação desse grupo vencedor já foram feitos. E lembrando que a gente vai ter que continuar a pagar esses investimentos em 2020 e 2021.



Na segunda parte da entrevista (veja no vídeo acima), Landim falou sobre as categorias de base e criação da gerência de transição; críticas à antiga Ilha do urubu e elogios à gestão do Maracanã; a tragédia do Ninho do Urubu e as negociações com as famílias:

- Procuramos assistir as famílias desde o primeiro momento e continuamos a assistir as famílias desde aquele momento com recursos muitos maiores do que eram as bolsas das crianças, do que a gente entende do impacto que isso traria para as famílias. Procuramos desde o início buscar a indenização dessas famílias, algo que é raro dentro da história do que a gente vê no Brasil em acidentes como esse.


- Conseguimos indenizar todas as crianças envolvidas que não sofreram diretamente nenhum impacto forte no acidente, só moral, e aquelas acidentadas e queimadas, três a gente conseguiu indenizar. Das famílias que as crianças vieram a falecer, das 10, chegamos a três e meia. Apesar de estarmos conversando, com negociações abertas com seis, ainda existe espaço para acordo, uma vez que nem ingressaram na Justiça contra nós, nem nada.

- Apenas tem meia família que já ingressou na Justiça contra a nossa vontade, mas é bom que se diga, na busca de uma reparação completamente desproporcional a tudo aquilo que foi decidido até hoje pela Justiça. E deixar bem claro para as pessoas que o Flamengo propõe é muito acima do que já foi decidido hoje em situações semelhantes.


Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/apos-ano-magico-landim-diz-que-correu-risco-ninguem-pode-ficar-a-frente-do-flamengo-pensando-pequeno.ghtml

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