Bruno Henrique já jogou de goleiro em partida do Campeonato Mineiro a cinco anos



Goleiro expulso, time sem substituição para fazer, atacante no gol no minutos finais do jogo. Se contarmos essa situação para um torcedor do Flamengo ele provavelmente se lembrará de quando Caio Ribeiro colocou as luvas e assumiu o gol rubro-negro contra o Gama após expulsão de Clemer, em 11 de setembro de 1999, pelo Campeonato Brasileiro.



Só que há outro atacante do Flamengo que passou por isso na carreira. Um dos artilheiros e garçons do time este ano, Bruno Henrique também faz as vezes de goleiro quando a situação aperta. Foi assim, em uma emergência, que o jogador ajudou o Uberlândia em uma noite chuvosa de 2014.

A partida em questão foi no dia 26 de março daquele ano. Quarta rodada do hexagonal final do Módulo 2 do Campeonato Mineiro, divisão de acesso à elite estadual. O Uberlândia Esporte visitou o Social, no estádio Louis Ensch, em Coronel Fabriciano, e abriu 2 a 0. O time da casa descontou, e aos 35 minutos da etapa final, o goleiro Glaysson tomou o segundo amarelo por fazer cera e foi expulso.

Bruno Henrique assumiu a meta aos 35 minutos do segundo tempo contra o Social — Foto: Reprodução/TV Integração
Bruno Henrique assumiu a meta aos 35 minutos do segundo tempo contra o Social — Foto: Reprodução/TV Integração



Sem mais alterações para fazer, a solução do Uberlândia foi usar o goleiro do rachão: o atacante Bruno Henrique. Quem conta a história é o massagista da época e atual roupeiro do clube, Paulo Edson, o Paulão da Massa, um dos personagens do jogo.

– Pensamos que o jogo estava fácil, até o nosso goleiro ser expulso. Nós já tínhamos feito as três alterações, o Zecão (treinador) colocou a mão na cintura e falou: "E agora?". O Martony, zagueiro, gritou: "É o Bruno Henrique!". Ele mesmo já saiu correndo e foi pegar a luva do Glayssão. Estava uma chuva danada, fui correndo buscar uma camisa mais seca no vestiário para ele – contou Paulão.



O problema foi que a luva do goleiro Glaysson era muito grande para as mãos de Bruno Henrique. Coube ao massagista improvisar com esparadrapo.

– O Glayssão tem uma mão grande e a do Bruno Henrique é pequenininha. Ele tentava apertar, eu peguei um monte esparadrapo para ele. Ele falava: "Vou fechar (o gol), vou fechar". Sei que foi uma correria. Talvez se a luva estivesse boa, teríamos saído com a vitória – disse bem-humorado.

Atuação nota "8,5"



Bruno Henrique assumiu a meta quando o jogo estava em 2 a 1 para ao Uberlândia e jogou por mais de 10 minutos como goleiro. Segundo Paulão, o atacante fez uma boa defesa, na ponta dos dedos, antes de levar o gol de empate do Social, nos minutos finais. Com mais de 30 anos de serviços prestados ao clube, Paulão deu uma nota boa para a atuação, que evitou a derrota do time.

– Acho daria uma nota de 8,5 para o Bruno Henrique, ele foi até bem. Teve uma hora que ele se esticou todo em uma cobrança de falta, pegou com a ponta dos dedos e mandou para fora. Graças a Deus ele fechou o gol e conseguimos o empate. Foi uma pressão danada – avaliou o roupeiro.

Paulo Edson relembrou momento e ajuda ao "goleiro" Bruno Henrique no Uberlândia Esporte — Foto: Paulo Edson/Arquivo Pessoal
Paulo Edson relembrou momento e ajuda ao "goleiro" Bruno Henrique no Uberlândia Esporte — Foto: Paulo Edson/Arquivo Pessoal



Bruno acabou vazado uma vez, no gol de empate, mas o bom desempenho geral tem uma explicação. Durante o rachão pré-jogo no Uberlândia, Bruno Henrique jogava no gol, com uniforme e tudo.

– No rachão ele catava muito. Agora não sei no Flamengo, se ele joga como goleiro lá. Chegava o dia, eu pegava a bermuda e a camisa para ele. Era um goleirão mesmo – finalizou Paulão.

Caio Ribeiro em dia de goleiro Flamengo, em 1999 — Foto: Reprodução
Caio Ribeiro em dia de goleiro Flamengo, em 1999 — Foto: Reprodução


Fonte: https://globoesporte.globo.com/mg/triangulo-mineiro/futebol/noticia/goleiro-no-rachao-bruno-henrique-encarnou-caio-e-salvou-time-ao-ir-para-o-gol-em-2014.ghtml

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