Análise: Flamengo acumula posse de bola infértil e perde criação às vésperas de jogo da Libertadores



O resultado não foi dos melhores, mas serviu para comemoração. Por outro lado, a atuação não foi das piores, mas gerou preocupação. Apesar de Jorge Jesus ter dito que gostou do que viu no empate com o Corinthians no último domingo, o Flamengo ficou devendo na partida, principalmente ofensivamente, e saiu no lucro com o 1 a 1 na Arena Corinthians. Nitidamente o Rubro-Negro perdeu poder de criação às vésperas do jogo "mais importante do ano", contra o Emelec pelas oitavas de final da Libertadores.



Aquela impressão deixada na goleada por 6 a 1 sobre o Goiás, há uma semana, por enquanto foi a exceção à regra. Nos outros três jogos sob o comando de Jorge Jesus, o time foi inconstante e teve dificuldades. Fora de casa, tem atuado com um volante a mais, enquanto no Maracanã tenta ser mais ofensivo. E sempre priorizando a posse de bola: teve 74% contra o Esmeraldino, 63% diante do Athletico-PR e chegou a 65% contra o Corinthians, mas terminou com 58%.

Com mais posse de bola, o Flamengo tem oferecido poucas chances aos adversários. Porém, nas últimas duas partidas sofreu com uma posse infértil. Contra o Athletico-PR até finalizou bastante, 16 vezes, mas criou só quatro chances claras. Diante do Corinthians, concluiu apenas cinco vezes com duas oportunidades reais. Coincidentemente, foram jogos "sem" Arrascaeta e Everton Ribeiro – o meia esteve apagado contra os paranaenses, enquanto o uruguaio se machucou no início.



Sem seus principais articuladores, Jesus ainda não encontrou o melhor encaixe. Contra o Corinthians, promoveu a estreia de Gerson, mas como ponta esquerda, e não como volante como pretende escalá-lo. O time ficou torto com Vitinho na direita, e Diego não rendeu mais avançado. Como a bola não chegava, Gabigol voltava demais, e o Flamengo não criava. O gol saiu de bola parada. A única jogada trabalhada foi a de Berrío, Lincoln e a furada de Bruno Henrique no fim.

Outras observações
Metamorfose ambulante: óbvio que há o peso das muitas mudanças de peças na questão do rendimento da equipe. Além do rodízio tradicional de dois ou três jogadores por jogo que Jesus tenta implementar, o técnico tem sido forçado a mexidas forçadas por conta de lesões. Até agora, apenas Diego Alves, Léo Duarte, Rodrigo Caio e Gabigol foram titulares em todos;



Estreia de Gerson: o meio-campo mal chegou e já foi titular com menos de uma semana de treinos. Jogando como ponta-esquerda, o reforço se movimentou bastante, mas foi discreto junto com todo o time. Marcou os avanços de Fagner na defesa e buscou tabelas no ataque, mas acabou buscando espaços pelo meio. Cansou na etapa final e saiu com cãibras;

Média de gols sofridos: o início da "Era Jesus" passa pelo mesmo problema que tinha Abel Braga, muito criticado pelo fato de seu time sofrer gols em praticamente todas as partidas. Com o técnico português, são quatro bolas na rede rubro-negra em quatro compromissos. A equipe tem proporcionado poucas chances claras, mas ainda assim vem sofrendo com elas;



Perigo na área: o Corinthians foi melhor e mais perigoso que o Flamengo, mas só conseguiu fazer o gol de um pênalti indiscutível cometido por Berrío. Foi a sétima penalidade cometida esse ano pelo Rubro-Negro, que precisa tomar mais cuidado com a marcação na grande área. Além disso, o time já teve cinco expulsões na temporada.

Com pouco tempo para treinar, Jorge Jesus terá que buscar soluções para aumentar o poder ofensivo da equipe na Libertadores. Ainda lesionado, Arrascaeta é desfalque certo, e Everton Ribeiro é dúvida por causa de dores no pé esquerdo. O Flamengo treina na manhã desta segunda-feira no CT do Corinthians e embarca de tarde para o Equador. O Rubro-Negro visita o Emelec na quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), no Estádio George Capwell, em Guayaquil.


Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/analise-flamengo-acumula-posse-de-bola-infertil-e-perde-criacao-as-vesperas-de-jogo-da-libertadores.ghtml

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