Flamengo de Abel é o mais vulnerável dos últimos anos, mesmo com melhora no ataque



As ideias de jogo de Abel Braga foram bem-vindas em um Flamengo que mudou sua administração e definiu que o futebol precisava de uma nova cara na busca por títulos relevantes. Quatro meses depois, um raio-x dos números básicos da equipe com o novo treinador deixa claro que houve melhoria ofensiva, que era desejada, mas também uma gritante piora defensiva. Hoje, 16h, contra o São Paulo, pela terceira rodada do Brasileiro, o time rubro-negro reserva corre risco de aumentar as estatísticas ruins do treinador, às vésperas do “jogo do ano”, na quarta-feira, contra o Peñarol, pela Libertadores, em Montevidéu.



Sob risco iminente de demissão, Abel tem méritos por dar liberdade e cobrar objetividade de seu ataque. E apostar em Bruno Henrique, que tem 11 gols em 17 jogos. A estratégia, somada às qualidades individuais do elenco, fez o Flamengo chegar, em 24 jogos no ano, a 48 gols marcados. O São Paulo, a título de comparação, tem 21 gols nas mesmas 24 partidas, menos da metade. A melhora ofensiva sob o comando de Abel é de dez gols a mais em relação a 2018 . Mas o time retrocedeu defensivamente. Se no ano passado sofreu 14 gols em nove jogos, agora foi vazado em 18 partidas, o dobro, e tomou 21 gols, um aumento de 50% em relação ao time de Paulo Cesar Carpegiani e Maurício Barbieri.




Em 2017, o criticado Zé Ricardo superou os números ofensivos de Abel, com 50 gols à esta altura. Mas exibiu menos equilíbrio que a equipe do ano seguinte, uma vez que sofreu mais gols (16) em mais jogos (12) no início do trabalho. O trabalho do colombiano Reinaldo Rueda não entrou na comparação, pois se iniciou no fim de 2017, em competições mais exigentes. Mas a largada de Muricy Ramalho em 2016 exibiu um Flamengo que ofensivamente não chega perto do de Abel Braga, com 37 gols marcados no período. E defensivamente teve parâmetros semelhantes aos de Zé Ricardo, com 15 gols sofridos dentro de 12 partidas.

Resta saber se o atual treinador terá o tempo que outros tiveram para dar o equilíbrio desejado à equipe.



Aproveitamento fica na média

Quando o aproveitamento dentro desse recorte de jogos entra em campo, Abel Braga só supera o trabalho de Muricy, mas não há muita discrepância para os demais. Hoje são 15 vitórias, cinco empates e quatro derrotas — 69,4% de desempenho. Em 2016, o ex-treinador parou em 61%, com 13 vitórias, cinco empates e seis derrotas no período.

Abel é superado por Zé Ricardo, que em 2017 teve 75% de aproveitamento nos primeiros 24 jogos do ano, com 16 vitórias, seis empates e só duas derrotas. Carpegianni e Barbieri somados chegaram a 70,8% de aproveitamento, com 15 vitórias, seis empates e três derrotas.



Mesmo sob outros parâmetros, Reinaldo Rueda comandou o Flamengo em 31 jogos, e teve apenas 53% de aproveitamento. Dorival Júnior, que terminou o ano passado com 12 jogos, chegou a 67%.

Baixas

No time reserva que viajou ontem, destaque para a presença do meia Diego Ribas, titular até outro dia, e Berrío, enfim relacionado. As baixas são os atacantes Uribe e Vitinho, além do zagueiro Rhodolfo. Da equipe que vem jogando, alguns atletas foram juntos para compor o banco no Morumbi — Pará, Gabigol, Arrascaeta e Bruno Henrique. O restante da delegação titular seguirá para São Paulo hoje, após treino no Rio. Com eles, provavelmente Vitinho, que com dores musculares será reavaliado novamente.



Após o jogo contra o São Paulo, todos seguem para o Uruguai, onde o Flamengo encara o Peñarol na quarta-feira, pela Libertadores. Entre as novidades para este domingo está o zagueiro Rafael Santos. Mas, no treino de sexta, a zaga titular foi formada por Thuler e Matheus Dantas, o que deve se confirmar. No gol, César também substituiu Diego Alves, que se recupera de uma lombalgia.


Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/flamengo-de-abel-o-mais-vulneravel-dos-ultimos-anos-mesmo-com-melhora-no-ataque-23642514.html

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