Flamengo tem choque de métodos no CEP por trás de sequência de lesões



Às vésperas de sua segunda partida pela fase de grupos da Libertadores, quarta-feira, diante da LDU, o Flamengo se vê diante de um choque entre os métodos de treinamento da nova comissão técnica e da antiga. Em menos de três meses, acumulam-se casos de lesão muscular nos atletas do clube. O último foi Vitinho, que teve constatado problema no adutor da coxa esquerda, e se somou a Berrío, Rhodolfo e Rafael Santos, já no estaleiro por razões semelhantes. A sequência de desfalques acendeu o alerta entre membros do departamento de futebol e do Centro de Excelência em Performance.



O CEP, que nos últimos três anos fez do Flamengo o clube com menos contusões da série A, se reformulou com a chegada de profissionais considerados da velha guarda, e a saída de outros mais ligados a métodos científicos. Acima de todos, o chefe do departamento médico Márcio Tanure foi mantido, mas sem a mesma força para ditar as diretrizes dos trabalhos de campo e academia.

O coordenador científico Daniel Gonçalves trocou o Flamengo pelo Vasco e não houve reposição. Para o lugar do preparador físico Diogo Linhares, veio Alexandre Sanz, que segundo profissionais do meio estava trabalhando com treinamento funcional na praia antes de voltar ao clube. Além dele, retornou o jovem Daniel Felix, e foram mantidos outros preparadores físicos mais novos, alinhados ao protocolo do CEP.



Da mesma forma, houve a manutenção dos trabalhos de controles de carga individuais para os jogadores. No entanto, os dados não estariam sendo usados da mesma maneira pelos novos profissionais, segundo quem ainda está por lá. Quem trabalhou com o método anterior se vê esvaziado para mantê-lo. E os atletas menos conscientes dos exercícios acabam sofrendo as consequências.

Vitinho, por exemplo, chegou ano passado, sem pré-temporada, e atuou o segundo semestre quase todo sem lesões. Desta vez, mesmo com revezamento da equipe por Abel Braga, se tornou baixa. Consultada, a diretoria crê que os atletas lesionados já vêm de um histórico de problemas, e não há crise entre os profissionais.



O centroavante Lincoln também ilustra um pouco o descompasso vivido pelo Flamengo entre seu departamento médico e preparação física. O jogador voltou da seleção sub-20 com dores na coxa esquerda, e não relatou o problema ao clube. Na reapresentação ao Flamengo, foi colocado para fazer exercícios de tração, e estourou a musculatura.

O clube e o atleta colocaram a responsabilidade na CBF, já que a entidade não realizou qualquer exame ou relatou ao Flamengo as dores que o jogador alegou sofrer em sua última partida no sul-americano. Apesar do ruído, de fato Lincoln teve desgaste muscular enquanto servia à seleção, mas no fim das contas foi no Ninho do Urubu que a lesão se agravou.


Fonte: https://oglobo.globo.com/esportes/flamengo-tem-choque-de-metodos-no-cep-por-tras-de-sequencia-de-lesoes-23514679

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